16 janeiro 2006

Sorrisos e Trocadilhos

Vasculhando algumas vielas sinuosas e esquecidas que
encontram-se naqueles bairros mais distantes da mente,
construídos há algumas décadas, lembrei-me de um infame
trocadilho que fazíamos naqueles dias mágicos de pura
criação e bobagem; época deliciosa que tudo permitia, mesmo
que o ridículo fosse o convidado de honra entre nós, pois
esta era a época de experimentação e de se permitir à
formulas possíveis e impossíveis sobre tudo o que dizia
respeito ao mundo de jovens de dezessete anos: do humor ao
amor, da arte à criação, das descobertas à transformações.



A idéia se não me engano "rolou" no bar do Osvaldo - para
variar - e começou com a discussão ou melhor: com a
condenação de algum conteúdo de aula por uma colega que
possuía idéias ostensivamente contrárias e que criou como
refrão de sua argumentação um displicente "e daí, e daí, e
daí", finalizado por silêncio claudicante.



Não nos esquecendo que possuíamos mentes "brilhantes" na
rodinha, não precisou de muito tempo para que algum
"iluminado" começasse a rir, e rir muito sem que os outros
se dessem conta do que fosse engraçado na conversa que a
colega havia a pouco colocado e, antes que a pergunta fosse
feita, o nosso "mago" das palavras explicou dizendo: "é
isso mesmo, você tá certa "e daí" "Iadê", "Iadê e daí".



Ok, você deve estar dizendo alguns impropérios ao meu
respeito, isso se não fechou o navegador em atitude de irá e
protesto. Mas, se continuou a ler, deve ter se lembrado de
algo parecido acontecido naqueles dias, nos "seus" "naqueles
dias" e talvez um sorriso tenha se formado no seu rosto ao
relembrar a ingenuidade de uma época e o descomprometimento
com coisas sólidas e importantes que a muito faz o dia-a-dia
de todos nós.



Não é preciso dizer que todos riram naquele dia, e que
durante algum tempo o "e daí" virou mote e resposta para
tudo entre a nossa turma, sempre acompanhado de uma risada
sincera e gostosa tornando os dias menos sérios e mais
divertidos; como devem ser.

Nenhum comentário: